17 dezembro 2008

COMO DEVERIA ESTAR

De que é composto o novo
Num labirinto que cheira a pó de estante?
Um fragmento de nostalgia
Uma peça que retrate um amor previamente definido
Com felicidade e utopia?
Qual é a cor do sorriso
Que sem graça reflete o coração vazio?
Laranja como o crepúsculo de fim de dia
Veraz como o azul do céu sem nuvens
Ou gris de tardes alegres imaculadas pela chuva?

O passo não é mais sentenciado pelo ceticismo
Nem mesmo venerado com a fé cega.
O chão responde de maneira firme, dura
Capaz de vibrar, mas não quebrar.
O pó que agora levanta
Esconde as velhas marcas
Do pulsante inábil e sentimento.
O olhar contempla cada movimento
Cada cor reluzida no breve silêncio.

Apertou-me a mão sem compromisso
Não poderia esperar o contrário
Saiu e sequer olhou para o lado.
Deixei-a ir sem pressa
E sem pressa voltei para dentro de mim
Ensaiei um sorriso breve
Mas contentei-me
Com o momento afetuoso de calmaria.