24 março 2011

QUANDO O AMOR PASSAR

enquanto espero o amor passar
engaveto cada memória do teu riso
sigo silencioso para fazê-lo calar
em passos lentos, imprecisos.

de mim tento esconder
a falta do teu olhar castanho
e, incerto do que fazer,
caminho, trôpego, em horizonte estranho.

dentro da medida
em noites sem sono
sigo de cabeça erguida

mas quando volto à vida
de outono solitário
ainda carrego o gosto da despedida.

2 comentários:

Bruno Batiston disse...

O bonito é isso, quando a gente escreve: os olhos castanhos que inspiram um poeta parecem servir aos verdes que me movem o outro, e que também podem ser azuis, pretos, até vermelhos, por que não?

E a gente se sente mais humano, no fim das contas. Muito bom!

William Wollinger Brenuvida disse...

1. Valeu meu caro! Belo poema;
2. Nossa saudade daquela que parte, em vida, é eterna saudade. Um dia eu também, amei olhos castanhos, olhos que percorreram minha alma, enchendo de brio meu íntimo. Mas, eis que ela partiu e nunca mais (para o meu coração-lar) retornou;
3. Tens sensibilidade para o traço poético! Parabéns. Sou grato por tua sincera amizade;
William